Visconde de Mauá

Ou não...

Escrevo este post ouvindo aos Chorinhos de Ouro. O que quer dizer que eu não consigo me concentrar para escrever. O que também quer dizer que eu não vou desligar o som, tá muito bom... sério.

Então, perdoem estas mal traçadas linhas, pois vou seguir do jeito que der.

Sucede que nesse último final de semana o meu grupo de fotografia do coração (não, eles não fotografam corações), o Vale Foto Clube
, realizou mais um grande passeio.
O palco era a cidade de Visconde de Mauá, sul do Rio. Me contaram que a cidade é linda, eu não sei porque nem cheguei a conhecê-la... É, pois é. Fui lá e não conheci, mas já irão entender o por quê.

Para chegar até a fazenda onde ficamos hospedados não foi tarefa fácil. À noite não se enxergava muita coisa. Estradas estreitas e de terra, mas chegamos.
Chegar até a casa principal não foi tarefa fácil. FOI IMPOSSÍVEL! 15 minutos de subida ingrime, quase 90º... tá, eu sei, mas pelo menos era o que parecia àquela altura. Mas enfim, chegamos ao cume. E valeu, valeu cada gota de suor deixada na trilha. A noite estava linda!

E quem disse que a gente dormiu? Não dava, não com essa noite te chamando, quase sussurrando no seu ouvido para fotografá-la.
Logo amanheceu. E a gente lá.

Com a luz do sol, algo que não havia notado se revelou. Eu estava coberto de grama e formigas!!!
Mas não, não era isso. Uma árvore, uma única da fileira, ainda estava vestida. A estação não a havia despido e no primeiro contato com a luz do sol ela brilhou, brilhou como um Kamehameha que só o Mestre Kame sabe fazer.
Pronto eu, Ricardo Tak e Letícia corremos até ela e fizemos algumas fotos com o elemento humano.
Aliás, valeu Letícia, por ser minha modelete nesse fim de semana (ou pelo menos nessa manhã) :)

Quase 24 horas sem dormir a essa altura. Tudo pela fotografia... não, mentira. Se eu dormisse a essa hora, perderia o café da manhã que estava ótimo, por sinal.
E adivinha onde fizemos o desjejum?!
Thãnã!

Que feio, não?

Logo chegou a hora de dormir... não, não chegou. Se dormisse, perderia a trilha para o lugar onde seria servido o almoço. Duas horas de trilha só de ida. Sobe, desce, escorrega, bosta de cavalo, chuva, lama... Me separei do grupo 2, andei bastante sozinho por lugares inóspitos e inexplorados. Animais silvestres cruzavam meu caminho e pássaros selvagens sobrevoavam minha cabeça, a espreita, à espera de uma oportunidade de beliscar uma carcaça.
Vermes malditos! Não foi dessa vez. Um assobio do Jean e logo cheguei até o grupo 1.

No caminho entre os dois grupos consegui tirar a câmera numa folga da chuva. Uma das partes mais fechadas da trilha.

Chegando no lugar - cujo nome não lembro - sentamos, conversamos, celebramos... Ok, foi bem menos emocionante, mas foi um tempo suficientemente bom para colocarmos os papo em dia. Companheiros de VFC que não vemos com tanta frequência devido à distância.

Ali do ladinho havia uma cachoeira. Fazia frio, era fim de tarde, todo mundo foi fotografar e eu não fiz uma foto sequer. Sabe porquê? Porque o lance é mergulhar no frio!

Foto por Ricardo Lima

Valeu pela foto, Caco!

Todo mundo comido... digo, depois de todo mundo comer, beber e conversar, era chegada a hora da volta, cansativa, mas legal. A trilha era mais leve na volta, talvez por não ser trilha, mas sim uma estrada. O problema é que totalmente molhado tudo fica mais difícil haha, olha o meu estado:

Foto por Ricardo Lima

Valeu pela foto, Caco!²

De qualquer modo, fiz uma foto do estado dos meus pés quando cheguei em casa.
- Sapatos encharcados pela trilha molhada e poças de lama;
- Meias cinzas que já foram brancas... também encharcadas;
- Bermuda encharcada por causa da cachoeira;
- Canelas arranhadas pelo mato da trilha;
- Cocô de cavalo na perna esquerda da bermuda. Sim, o joelho que uso para abaixar e pegar um bom ângulo;
- E a velha guerreira Nikon F.

Sem forças pra fazer fotos, me concentrei no que viria quando o sol se despedisse... Dã, a noite claro, mas não é só a noite, mas o que vem com ela. E adivinha... olha o que ela trouxe:

Feio, não?

Ainda tiveram estrelas caminhando apressadas, como quem quer logo se deitar. Coisa que eu deveria fazer. E fiz.

Mas não antes de uma boa noite com direito à lareira (improvisada), vinho, queijo, salaminho, cerveja (da boa) e os fellas!
Ah, claro, uma boa limpeza nos equipamentos!

Em fim o merecido descanso.
De dia, a tradicional foto oficial.

E na volta, claro, as paradinhas aqui e alí em alguma paisagem interessante.

Aos amigos deixo uma mensagem de sabedoria. Mestre Yoda disse-me uma vez , enquanto fotografava da beira de um precipício: Arriscar necessário é. Da zona de conforto não saia, e foto boa não terá.

Foto por Ric Tak

E é isso. Como diria meu amigo Terminator: Hasta la vista!
O no..