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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Como fotografar um pico em 2 passos simples

Rapaz, eu estava até com medo de escrever aqui. Não que me faltasse assunto, aliás, esse nunca falta. E não que me faltasse fotos, essas então, viiiishi.

Acontece que este blog (odeio tanto chamá-lo assim) sempre tratou de fotos e assuntos amazônicos e muito me doía a ideia de deixar de falar sobre Amazônia... cedo ou tarde isso aconteceria inevitavelmente.
Muito material acumulado pra compartilhar, eis que eu resolvo atualizar. Mudo o nome, a aparência, o tema. Mas sem nunca perder o foco (sacou? foco... fotografia... sacou?). E até que eu poderia enrolar bem mais, mas os últimos acontecimentos foram demasiado relevantes pra eu arquivar por aqui.

Então vamos ao que interessa!


Como fotografar de um Pico em 5 passos que até a minha avó faria.

Passo 1:
Ingredientes
O primeiro ingrediente é possivelmente o mais importante. Você precisa de um Célio.
Um Célio, pra quem não sabe, é um cara que já faz trilhas e escaladas há anos e sabe bem o que está fazendo. Além de fazer um miojão com atum como ninguém.
Você pode até tentar cozinhar sem um Célio, mas adianto que é algo demasiado perigoso e dolorido. Portanto, eu não sei o que você vai fazer, mas dê seu jeito de conseguir um Célio.


O segundo ingrediente também é muito importante. Você até conseguiria sem ele, mas o resultado não sairia tão legal e consistente. Você precisa de um Caco.
De vidro? Não. De telha? Não! Antibes? Também não, caraca! É o Ricardo, vulgo Caco.
Um Caco serve pra te dizer palavras animadoras e te botar pra cima quando você se sente nas últimas e está mais cansado que... que... que alguém muito cansado. Ele te ajuda a segurar uma câmera quando você precisa da outra pra filmar. Avisa dos buracos e raízes à frente.


O terceiro ingrediente é mais um toque especial, um temperinho adicional que ajuda muito no andamento da receita. Você precisa de uma Tati.
Uma Tati, de nome científico Tatianas de cassiatrópodis, tem como função de embelezar o preparo. Quando você está andando há horas, os pés já falham, os joelhos já não o sustentam, falta-lhe o ar, a voz já não sai da garganta, seu próprio peso triplica e você pensa seriamente em começar a orar, a Tati tá ali na paisagem, porque quando tudo tá uma merda, é sempre bom olhar pra algo mais bonito que você.



E por último o quarto item, sem esse o trem desanda, a receita perde o ponto, sai qualquer coisa menos o esperado. Você precisa de um PH.
Positivo? Neutro? Não. Um Phelipe, de nome científico Photographus sedentarium, serve pra preocupar todo mundo, dada sua condição física. Fato que torna a trilha bem mais emocionante, uma vez que o risco de um membro do grupo morrer é iminente.
Um Phelipe serve pra registrar tudo, vídeos e fotos, depois pensar em um texto ruim e sem sentido, colocar em um blog de pouquíssimo acesso e dar-se por satisfeito.



Passo 2: 
Modo de Preparo

-Junte tudo isso. Mexa tudo e misture bem, e não se esqueça: antes de levar ao forno, temperar com essência de espírito de por... pera, já escreveram isso em outro lugar, preciso ser mais original.
- Junte tudo isso, chacoalhe numa caminhada durante cerca de uma hora.
- Exponha à noite gelada do alto de uma montanha
- Adicione um miojão com atum preparado na hora
- Mais algumas câmeras
- Uma sede insaciável por fotografia

Parceiro... O sabor é único. Um dos melhores pratos que já comi na vida. Toma um teco:

O acamp sendo montado

A falsa Aurora Boreal (só um capacete amarelo que mexeu durante uma longa exposição)


O Pico do Lopo, ou a sombra dele

O Pico do Lopo visto da Pedra das Flores


Poser 1

Poser 2

Não fiz muitas fotos noturnas porque me concentrei em preparar uma receita paralela, o Time-lapse.
Pra quem não sabe Time-lapse é um vídeo, um vídeo feito com fotos, fotos passadas bem rapidinhas.
O detalhe é que pra se fazer Time-lapse é imprescindível que se use um intervalômetro. Intervalômetro pra quem não sabe é um aparelho que determina o intervalo entre uma foto e outra.
Agora adivinha quem estava sem intervalômetro? Pois é... mesmo assim dei meu jeitinho brasileiro e, mesmo no dedo e com intervalômetro de cabeça eu consegui alguma coisinha:


A previsão era dormir umas 3 da madrugada... mas depois que tu provas, meu amigo, não tem hora pra parar não! Metade do grupo dormiu lá pelas 04:00 com previsão de acordar ao nascer do sol. Outra metade foi noite adentro até praticamente o sol nascer... e que nascer.

Tati na ponta da Pedra

Caco esperando ele

Três Tripés

O Sol encara o Pico

Tremendo de frio

Tati em ação

Caco e Tati duelando

A ponta do Pico

Misty Mountains (Terra-média)

O Mar... de nuvens

Ufa... Eu to satisfeitasso! E vocês? Dá pra empurrar mais? Então toma o vídeo do passeio e vê se raspa a panela. Deixa a louça comigo.


Agora chega, né? Sem direito à sobremesa porque o banquete foi longo e farto.

Até a próxima, Homo sapiens!

2 comentários:

  1. Tô babando aqui.

    Paisagem fantástica, fotos fantásticas...

    Só não fico com inveja por causa do frio. =)

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  2. Jisuis, quanta saudade!!!!!!!!!!!!!!!

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